Saúde Pública e Resíduos Orgânicos
A importância da saúde pública em relação ao gerenciamento de resíduos orgânicos.
GESTÃO DE RESÍDUOS
Composta.AI
7/29/20244 min ler


Saúde Pública e Resíduos Orgânicos
A gestão inadequada de resíduos no Brasil é um problema que impacta diretamente a saúde pública. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), o país ainda enfrenta sérios desafios no tratamento e disposição final de resíduos sólidos, com cerca de 40% dos resíduos coletados sendo destinados a locais inadequados, como lixões e aterros controlados. Isso cria um ambiente propício para a proliferação de doenças, principalmente em áreas urbanas.
A relação entre a má gestão de resíduos e o aumento de doenças, como a dengue, leptospirose e outras doenças infecciosas, é evidente. Além disso, a contaminação do solo e dos corpos d'água, causada pela decomposição descontrolada de resíduos, afeta negativamente a qualidade da água potável e os alimentos, comprometendo ainda mais a saúde das populações vulneráveis.
Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que ambientes insalubres são responsáveis por cerca de 23% das mortes globais, sendo grande parte delas preveníveis com melhorias na gestão de resíduos e saneamento. O Brasil, apesar dos avanços legislativos, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), ainda precisa superar barreiras como a falta de infraestrutura e de recursos financeiros para garantir uma gestão eficiente e sustentável dos resíduos.
O que são resíduos orgânicos?
Resíduos orgânicos são materiais biodegradáveis de origem vegetal ou animal, como restos de alimentos, folhas, galhos e outros detritos. Eles representam uma parcela significativa do lixo produzido diariamente, especialmente em áreas urbanas¹.
No Brasil, os resíduos orgânicos representam uma parcela significativa dos resíduos sólidos urbanos. De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2022 da ABRELPE, aproximadamente 50% dos resíduos gerados no país são orgânicos. Esse percentual equivale a cerca de 40 milhões de toneladas por ano, o que destaca a importância de uma gestão adequada desse tipo de resíduo. Infelizmente, grande parte desse volume ainda é destinada a aterros sanitários, e sua decomposição libera gases de efeito estufa, como o metano (CH₄), que contribui significativamente para as mudanças climáticas.
Impacto na saúde pública
A disposição inadequada de resíduos orgânicos em aterros sanitários e lixões pode levar à contaminação do solo e das águas subterrâneas, além de ser uma fonte significativa de emissões de metano, um potente gás de efeito estufa. Essas práticas inadequadas podem resultar em problemas de saúde pública, como a proliferação de vetores de doenças e a poluição ambiental.
Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que ambientes insalubres são responsáveis por cerca de 23% das mortes globais, sendo grande parte delas preveníveis com ações de melhoria na gestão de resíduos e saneamento.
Estratégias de gerenciamento
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) iniciou a construção da Estratégia Nacional de Resíduos Orgânicos Urbanos, que visa prevenir o desperdício alimentar, fomentar a compostagem e promover a reciclagem de resíduos orgânicos. Essa iniciativa busca reduzir as emissões de metano, aumentar o índice de reciclagem e produzir fertilizantes naturais.
Benefícios da compostagem
A compostagem é uma prática sustentável que transforma resíduos orgânicos em composto rico em nutrientes, que pode ser utilizado na agricultura, melhorando a saúde do solo e reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos34. Além disso, a compostagem ajuda a diminuir a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
O manejo inadequado de resíduos orgânicos pode atrair vetores de doenças, como roedores e insetos, que podem transmitir enfermidades para a população.
Resíduos orgânicos mal gerenciados podem contaminar o solo e a água, afetando negativamente o meio ambiente e, consequentemente, a saúde humana.
A decomposição inadequada de resíduos orgânicos pode liberar gases de efeito estufa, como metano, contribuindo para a poluição do ar e mudanças climáticas.
O gerenciamento eficiente permite a reciclagem e compostagem dos resíduos orgânicos, transformando-os em adubo natural, o que beneficia a agricultura e reduz a necessidade de fertilizantes químicos.
Conclusão
A gestão adequada dos resíduos orgânicos é essencial para a saúde pública e a sustentabilidade ambiental. Iniciativas como a Estratégia Nacional de Resíduos Orgânicos Urbanos são fundamentais para promover práticas sustentáveis e melhorar a qualidade de vida nas cidades. A conscientização e a educação sobre a separação correta e o tratamento de resíduos orgânicos são passos importantes para alcançar uma gestão eficiente e sustentável desses materiais.
Referências
1. [Novo Programa Beneficia Reciclagem e Catadores: R$ 400 Milhões Separados para Distribuir](https://fdr.com.br/2024/07/11/novo-programa-beneficia-reciclagem-e-catadores-400-milhoes-separados-para-distribuir/amp/)
2. [Decreto nº 12.106, de 2024](https://legislacao.presidencia.gov.br/ficha?/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2012.106-2024&OpenDocument)
3.ABRELPE – Relatório "Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil": https://www.abrema.org.br/download/90935/?tmstv=1718136285
4.Organização Mundial da Saúde (OMS) – Relatório de impactos ambientais na saúde pública: https://www.who.int/pt/publications/i
5.IBGE – Dados sobre saneamento básico e coleta de resíduos no Brasil